Gravei-te a canivete na parede,
Pedacinhos de gesso arrancados à força do aço
O meu ponto de interrogação invertido
Que nunca consegui abarcar; eras grande demais, linhas e curvas e quebras e eu
Perdida de estupidez e desconsolo, ria-me;
Se ao menos os tivesse apanhado do chão e guardado cuidadosamente numa pequena bolsa, poderia espalhar-te no mar e voavas e dissolvias-te depois
Não cuidei e pisei-os.
Entranhaste-te nas ranhuras das solas do calçado que
menos gosto. Tive sorte;
Agora que já sou grande, deixo sempre o canivete em casa
Para poder pensar, no caminho
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