Gosto do olhar tresloucado e da forma exímia como ele sabe fazer de mau.
É impossível vê-lo a dançar e não sorrir. Gosto especialmente do "bater de asas" nas escadas rolantes.
Um blog com exposição voluntária ao fumo
Paleontólogos norte-americanos encontraram pela primeira vez vestígios de penas no fóssil de um velociraptor, o dinossauro carnívoro conhecido pela sua velocidade e celebrizado no filme Parque Jurássico. O estudo é publicado hoje pela revista científica “Science” e reforça a ideia de que basicamente não há diferenças entre os dinossauros e as aves.
in Publico
Ladies and gentlemen, I give you Gabriel Garcia Marquez in "Cem Anos de Solidão":
«It was then that she realized that the yellow butterflies preceded the appearances of Mauricio Babilonia.
(…)
Mauricio Babilonia was always in the audience at the concerts, at the movies, at high mass, and she did not have to see him to know that he was there, because the butterflies were always there.
(…)
The only thing that intrigued Úrsula after almost two months of punishment was that Meme did not take a bath in the morning like everyone else, but at seven in the evening. Once she thought of warning her about the scorpions, but Meme was so distant, convinced that she had given her away, that she preferred not to disturb her with the impertinences, of a great-great-grandmother. The yellow butterflies would invade the house at dusk. Every night on her way back from her bath Meme would find a desperate Fernanda killing butterflies with an insecticide bomb. “This is terrible,” she would say, “All my life they told me that butterflies at night bring bad luck.”
(…)
That night the guard brought down Mauricio Babilonia as he was lifting up the tiles to get into the bathroom where Meme was waiting for him, naked and trembling with love among the scorpions and butterflies as she had done almost every night for the past few months. A bullet lodged in his spinal column reduced him to his bed for the rest of his life. He died of old age in solitude, without a moan, without a protest, without a single moment of betrayal, tormented by memories and by the yellow butterflies, who did not give him a moment’s peace, and ostracized as a chicken thief.»
Inspirava longas golfadas de ar, expelindo-as de seguida com força. Queria libertar a frustração que lhe pesava nos pulmões e restantes órgãos. Vinha a acumulá-la há já largos anos, talvez mesmo duas dezenas. A primeira pontada, tinha-a sentido no verão em que começou a distinguir os colegas rapazes das raparigas e estas últimas a provocarem-lhe um misto de irritação e curiosidade. Nascia nele o desejo de as impressionar, que tentou satisfazer comprando gel para o cabelo e partindo para a praia para se bronzear. Foi então que se apercebeu, com uma dor que lhe imobilizava os músculos e dificultava o raciocínio, que onde quer que se dirigisse, era acompanhado por uma nuvem diligente e certeira, localizada exactamente sobre a sua cabeça numa linha vertical.
A partir desse dia, raros eram os momentos em que conseguia abstrair-se da presença opressiva e cinzenta, excepto quando passava horas a voltar as páginas dos livros na biblioteca, ou quando trabalhava concentrado. Em casa, ainda que protegido pelo tecto de capazes traves grossas de madeira que suportavam o peso da cerâmica das telhas gémeas, lembrava-se da sua companheira indesejada e encostava a testa no vidro frio só para ver agravada a angústia que o oprimia.
A sua estação do ano por excelência era o Inverno. Nos dias melancólicos de céu carregado e chuva intermitente, caminhava pelas ruas com passos largos e decididos, imprimindo em cada pisada uma fracção da força devolvida pelo efémero sentimento de igualdade. Deixava as gotas de água procurarem o seu lugar nos fios de cabelo até ao limite de absorção e escorrerem pela pele humedecendo a orla da t-shirt que usava invariavelmente por baixo da camisola de gola redonda.
Foi num dia assim que a viu pela primeira vez. O silêncio era interrompido apenas pelo virar de folhas. Após ter encontrado sem dificuldade o livro sobre o qual se debruçava há uma semana, dirigiu-se à mesa do costume. Encontrou-a ocupada por três livros empilhados no canto superior direito e um outro aberto, em cujas páginas tocavam as pontas de uma cabeleira loira. Sentou-se na mesa imediatamente à direita, de forma a poder recuperar o seu lugar assim que ficasse vago, mas não conseguiu concentrar-se na leitura.
No dia seguinte, o ritual repetiu-se. Ela tinha entrado na sua vida de forma indelével por uma mera questão de geografia e gostos semelhantes.
Eram duas da tarde. Esperava-o pontualmente à porta do café onde se tinha apaixonado. Não entrou, porque tinham combinado ir ao cinema e estava a aproximar-se a hora do filme. Ele chegou dez minutos depois da hora marcada e abraçou-a. Ela sorriu, franziu o sobrolho e disse “Parece que vai chover.”.
E choveu. Choveu nesse dia, no seguinte e no outro.
Tudo estava mais cinzento e, embora ela não soubesse apontar o momento exacto em que o tinha apreendido, sabia que era por causa dele. Talvez por ter repetido vezes sem conta aquela frase até ter passado a fazer parte do cumprimento; talvez por acreditar que ele era incapaz de se apaixonar. Os grandes olhos turvos que a enchiam de angústia e que ele teimava em manter abertos enquanto a beijava. Feriam-na apesar de lhe ter dito que era apenas nesse momento que via as cores em toda a sua dimensão, com o devido contraste, como se ela lhe cedesse os seus olhos esverdeados. A sensação de estar com alguém que vivia de pequenas felicidades emprestadas afligia-a e forçou-se a pôr-lhe termo.
Não estava triste ou pelo menos não estava mais triste do que era hábito. Inspirava longas golfadas de ar, expelindo-as de seguida com força. Queria libertar a frustração que lhe pesava nos pulmões e restantes órgãos, provocada pelo desconforto da perda que não chegou a ser dor. Resolveu-se a olhar para o céu e sofrer de dores de pescoço até encontrar uma mulher seguida por uma nuvem semelhante à sua. Provavelmente viria a beijá-la de olhos fechados.
Este discurso merece ser lido. Afinal não é todos os dias que um Brasileiro dá um "baile" educadíssimo aos Americanos...
Durante um debate numa universidade nos Estados Unidos o actual Ministro da Educação CRISTOVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazónia (ideia que surge com alguma insistência nalguns sectores da sociedadeUm jovem americano fez a pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um Brasileiro. Esta foi a resposta do Sr. Cristovam Buarque:
"De fato,
Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro... O petróleo é tão importante para o bem estar da humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracção de petróleo e subir ou não o seu preço.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser Internacionalizado. Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio humano. Não se pode deixar que esse património cultural,
Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York,
Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos também todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram,
ESTE DISCURSO NÃO FOI PUBLICADO. AJUDE-NOS A DIVULGÁ-LO. Porque é muito importante... mais ainda, porque foi CENSURADO.
«I have your good clothes in the car
So cut your hair so no one knows
I have your dreams and your teeth marks
And all my fingernails are painted
I'm here to take you now
You were right about the end
It didn't make a difference
Everything I can remember
I remember wrong
Break my arms around the one I love»
Um beijo no pulso. Outro. A língua sobre o entrançado azul procura o batimento cardíaco. Inútil. Percorro o interior do braço até te fazer expirar com força, estender o braço. Demoro-me na parte interior do ombro, porque quero tanto compreender toda a suavidade da tua pele ali. A jugular sincera e tu apressado. Dedos enredados no meu cabelo e o teu beijo. O meu beijo. O meu beijo.
Os sinos da igreja ecoavam pelas ruas empedradas da pequena povoação. Os sons apressados das solas dos sapatos de domingo no granito confluíam na praceta central ao som da sétima e última badalada.
Sentada nos degraus frios da velha igreja, está uma criança que atrai a atenção dos crentes. Não é a cor do seu cabelo loiro-acinzentado cortado ao nível dos ombros, nem o casaco de fazenda vermelho, ou a saia de xadrez e meia-calça grossa que os detém. Tampouco o são os grandes olhos negros febris que mantinha fixos num rapazito que um dos curiosos trazia pela mão.
O motivo pelo qual a igreja estava ainda vazia era tão simplesmente o facto de a criança ser desconhecida.
Aparentemente, não era francesa; a menos que não respondesse às questões que choviam sobre a sua cabeça por timidez. Até ao momento em que o pequeno rapaz, objecto da sua atenção inicial, lhe dirige um inocente “Comment tu t’appelles?”. Ela respondeu-lhe com um largo sorriso e pronuncia as seguintes palavras: “Ich me llamo Ema”.
Uma onda de perplexidade e incompreensão percorre a audiência. Não levaram muito tempo a perceber que a menina entendia as questões colocadas, respondendo-lhes inevitavelmente numa miscelânea de línguas variadas, entre as quais reconheceram o alemão e o inglês.
A pequena Ema encontrou-se uma vez mais rodeada de todos os aparelhos passíveis de analisar o porquê de não conseguir estabelecer no seu discurso uma coerência que lhe permitisse comunicar com os seus semelhantes.
Deitada, imóvel, durante o familiar exame cerebral, ia traçando o plano da próxima abordagem, na esperança de que as máquinas não revelassem os seus pensamentos: “Quando sair daqui, vou escolher um sítio calmo para viver. Onde eu possa ter um cão e um monte com relva e flores e silêncio, para me sentar e deixar voar as minhas palavras sem ferir.
Desta vez, não posso esquecer-me de não falar na presença de outras pessoas. Serei muda; inventarei gestos. E, embora não me compreendam no começo, estou certa de que farão um esforço.”
Vern:
You think Mighty Mouse could beat up Superman?
Teddy:
What are you, cracked?
Vern:
No, I saw him on TV the other day, he was holding five elephants in one hand.
Teddy:
Boy, you don't know nothing. Mighty Mouse is a cartoon. Superman's a real guy. There's no way a cartoon could beat up a real guy.
Vern:
I guess you're right. It'd be a good fight though.
Should it have been love
A minha cabeça subia e descia naquele movimento que me
trazia o sono. A face esquerda repousava no peito quente. Tinha
de ser a esquerda, era uma questão de logística. Ele precisava
da mão direita para segurar o livro e, com o braço livre
atravessava o meu peito e abandonava a mão na minha anca.
Eu segurava o livro com as duas mãos, à laia de desculpa
para poder coçar a testa na sua barba de três dias.
Jesus Quintana:
You ready to be fucked, man? I see you rolled your way into the semis. Dios mio, man. Liam and me, we're gonna fuck you up.
The Dude:
Yeah, well, you know, that's just, like, your opinion, man.
Jesus Quintana:
Let me tell you something, pendejo. You pull any of your crazy shit with us, you flash a piece out on the lanes, I'll take it away from you, stick it up your ass and pull the fucking trigger 'til it goes "click."
The Dude:
Jesus.
Jesus Quintana:
You said it, man. Nobody fucks with the Jesus.
Walter Sobchak:
Eight-year-olds, Dude.
In the mood for giving
Querida mãe,
O tempo por aqui está cinzento e, embora não esteja propriamente frio, as blusas de meia manga já não são comportáveis. Espero que a mãe e o pai tenham passado bem estes últimos meses. Peço desculpa por não ter escrito mais cedo, mas estive a reunir coragem para o fazer. A mãe vai ser avó.
A cada dia que passa o meu corpo vai mudando e tem sido difícil aceitá-lo, mas penso que este último mês tenho lidado melhor com isto. A mãe sabe que eu sempre me preocupei em estar em forma e detesto ver-me assim, desproporcionada. Não suporto ver-me de perfil.
O Luís tem-me dedicado mais tempo ultimamente. Na passada semana dormiu em casa três vezes e também no fim-de-semana. Suponho que começa a ganhar consciência de que terá de carregar uma parte da responsabilidade. Afinal, este é o nosso primeiro acto de verdadeira partilha.
Um beijinho da filha
Moral da Historia: Mais vale Gozar que Espreguicar.
« (…) Roman Catholicism is, in my opinion, worse than Atheism itself. Yes – that is my opinion. Atheism only preaches a negation, but Romanism goes further; it preaches a disfigured, distorted Christ – it preaches Anti-Christ – I assure you, I swear it! This is my own personal conviction, and it has long distressed me. The Roman Catholic believes that the Church on earth cannot stand without universal temporal POWER. He cries ‘non possumus!’ In my opinion the Roman Catholic religion is not a faith at all, but simply a continuation of the
in The Idiot, Dostoevsky
What to make of this?
Eu não fazia ideia da faceta anti-católica de Dostoievski nem que conclusões tirar do discurso que transcrevi, uma vez que tinha sido pronunciado pelo Príncipe Myshkin, o idiota, numa cena em que ele se ridiculariza durante o jantar de formalização do seu noivado. Decidi pesquisar sobre este assunto e deparei-me com a seguinte análise: