Monday, October 22, 2007

Nós íamos sentados nos lugares 47 e 48, os últimos atrás de tudo, como nas visitas de estudo. Pela indumentária não poderiam ser franceses ou nórdicos. Eu apostava em italianos e tinha razão. Eles estavam sentados lado a lado, e ela voltava-se para trás para lhes poder falar. Pensei "ela veio passear com os amigos gays", combinava com a paisagem. Chegou um tipo de 2 metros com uma mulher que não consigo descrever, porque a única coisa que retive foi o género, que apontou para os números tímidos por cima da cabeça dos italianos e trovejou "Temos de ir juntos". Eu teria dito "estão no meu lugar", mas ele vomitou aquilo que lhe atravessou a cabeça, e o que lhe atravessou a cabeça era precisamente ter de ir ao lado da mulher para quem não cheguei a olhar. Após terem confirmado os números também tímidos do bilhete, o casal separou-se e à minha esquerda, do outro lado do corredor, ficou o italiano dos calções às riscas verticais azuis e brancas que eu achava que conhecia, mas não me lembro onde as terei visto, as riscas fininhas. O outro italiano passou para o lado dela e ela não se voltou mais para trás durante toda a viagem. Ele beijava-a uma e outra vez sob o olhar atento do das riscas. O espanhol, esse não beijou a mulher.



Wednesday, October 17, 2007

Monday, October 15, 2007

Post do KUFO, que não consegue publicar II

“E se...?”


Estava muito descansado a fazer a minha corrida diaria. Bem, descansado nao sera o termo mais correcto para quem corre num pais em que a qualquer momento pode ser atacado por uma matilha de caes, pode ser detido por um grupo de agentes da forca de seguranca da presidencia so porque se encontra no lado errado do passeio e com quem a comunicacao gestual e fisica e a unica possivel, ou pode a qualquer momento ser atropelado por uma qualquer veiculo motorizado para os quais nao existem regras de circulacao.

Deja vu??? Trata-se mesmo da repeticao do texto anterior. So para terem uma ideia de que correr e algo que faco com tal frequencia que pode parecer repetitivo perante os olhos dos outros. E algo que nao consigo deixar de fazer. E agora escusam de colocar um comment do tipo ‘es mais um Forrest Gump com essa tua mania de correr’. Mas o que dizer quando se vai no Km 15 (com 9 km por percorrer) na berma de uma via rapida e se ve um tractor atravessado no meio da mesma e algumas pessoas ao berros numa tentativa desesperada para evitar qualquer choque violento? O que dizer quando se vai no Km 15 e mais alguns metros e uma das pessoas comeca a berrar e a gesticular agressivamente na nossa direccao sem se saber qual o motivo ate ao momento em que somos parados de forma algo violenta? Nada!! Nao se pode dizer nada pois a uns miseros 3 metros se encontra uma serpente como ja nao me lembrava de ver. So talvez num qualquer jardim zoologico ou entao num qualquer scary movie.

Afinal, o trator estava a perseguir a cobra numa tentativa desesperada de lhe passar uma das rodas por cima. Independentemente de se estar numa via rapida e independentemente da serpente nao estar a ameacar mais a integridade das pessoas do que este gesto (ir)reflectido deste povo.

Afinal, em cada corrida ha sempre algo para descobrir.

Eu gosto de ser surpreendido. Mas nao desta forma.

Prefiro o IMPULSE.





KUFO

Post do KUFO, que não consegue publicar

“E se um desconhecido lhe oferecesse...?”



Estava muito descansado a fazer a minha corrida diaria. Bem, descansado nao sera o termo mais correcto para quem corre num pais em que a qualquer momento pode ser atacado por uma matilha de caes, pode ser detido por um grupo de agentes da forca de seguranca da presidencia so porque se encontra no lado errado do passeio e com quem a comunicacao gestual e fisica e a unica possivel, ou pode a qualquer momento ser atropelado por um qualquer veiculo motorizado para os quais nao existem regras de circulacao. Mas o que pensar quando se esta muito descansado a correr num pais onde se pratica o Ramadao, mas apos a quebra do jejum. E com as ruas totalmente desertas em hora de ponta a darem uma ar fantasmagorico as cidades ao estilo das idealizadas por Danny Boyle, e de repente surge uma estranha figura montada no famoso velocipede Peugeot 103 que decide acompanha-lo na sua corrida e lhe vai oferecendo Tamaras enquanto conversa e vai filisofando sobre o significado do Ramadao?

Afinal ha esperanca! Eu gosto de ser surpreendido!

Sera Impulse?





KUFO


In the mood for taking a break







O banco é desconfortável e os cotovelos estão moídos do contacto prolongado com a superfície dura do balcão. O dispensar do conforto dos sofás na parte traseira do bar não faz parte de um ritual de combate ao isolamento típico daqueles que procuram o afago do álcool após a jornada de trabalho. Não lhe interessavam as conversas do empregado e tampouco a dos seus pares que deixavam pender sobre o copo do whisky um palavreado incoerente. Desprover-se de conforto era antes uma estratégia de compensação pelo sentimento de dupla culpabilidade por 1não ter ido para casa, levando simultaneamente a mulher a acreditar que estava assoberbado de trabalho.

Hoje não lhe apetecia lidar com o facto de o filho mais velho estar mais preocupado com os pneus da Moto4 que com as explicações de química e não queria convencer a filha a fazer os exames de aferição ao liceu que lhe facilitaria a entrada na escola de comércio mais reputada a nível internacional. O dom de fazer planos a longo prazo não tinha nascido com ele, daí a sua inépcia para convencer alguém da necessidade de viver segundo um traçado predeterminado.

Enquanto tirava uma pausa da paternidade, ansiava pelo momento em que se deitaria ao lado do corpo quente da mulher, escutando a sua respiração pesada no escuro.

Friday, October 12, 2007

Snapshots

Fight Club, de David Fincher

Tyler Durden:
Sticking feathers up your butt does not make you a chicken.

Thursday, October 11, 2007

Parabéns ao Blog

Hoje é dia de festa.
Um bolo saudável para um blog nocivo.

“Have a Second Life (SL)”


“Um casal bósnio está a divorciar-se depois de descobrir que eram amantes um do outro na Internet. Segundo o Metro britânico, Sana, de 27 anos, e Adnan Klaric, de 32, encontraram-se numa sala chat utilizando os nicks «Sweetie» e «Prince of Joy».

Ambos achavam que tinham encontrado uma alma gémea com quem passariam o resto das vidas. O curioso é que ambos reclamavam dos mesmos problemas nos seus casamentos. A verdade só foi descoberta quando combinaram um encontro. Agora, o casal está a divorciar-se e cada um acusa o outro de traição.”


Bom exemplo da Procura de Felicidade numa Realidade que a ultrapassa e onde cada um dos presentes poderia assumir, sem qualquer constrangimento, o papel da sua vida. Em que outra realidade seria possivel assumir o nome de ‘Sweetie’ ou ‘Prince of Joy’?
No entanto, a Realidade, qual forca do bem, ultrapassa a realidade virtual, qual forca do mal. Apesar da nossa Realidade nao ser apenas a Preto e Branco pode hao haver lugar para as duas. E como e que se pode assumir uma qualquer outra identidade vitual se nessa mesma realidade ate se pode ter a infelicidade de se encontrar a/o esposa/o que se detesta? Ao fim ao cabo, a realidade virtual deveria pressupor a inexistencia de qualquer ligacao a Realidade. O que nao foi o caso deste, digamos, casal.


"Sana: ‘De repente, eu estava apaixonada. Era maravilhoso porque parecia que ambos estávamos presos ao mesmo tipo de casamento infeliz. Senti-me traída’


Adnan: ‘é difícil acreditar que Sweetie, que escreveu coisas tão maravilhosas, é, na verdade, a mesma mulher com quem me casei e que não me disse uma única palavra carinhosa durante anos’"


E caso para dizer que quiseram ser mais papistas do que o Papa (seja la o que isto quer dizer). Marcaram o encontro para que? Afinal, a relacao vitual era tao maravilhosa. Um sonho tao doce so a disposicao dos principes! Porque nao ficar com aquilo que era virtualmente perfeito? Talvez porque sao seres de carne e osso e com desejos pouco virtuais.


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Duvida: E Portugal? Sera que temos um Portugal virtual?


Temos o E-goverment, o E-learning, a medida ‘um computador por aluno’, a banda larga em todos pais, .....ate temos os impostos virtuais que nao sao mais do que aqueles impostos que muitos pagam em vez de outros. E nao esquecer que tambem temos aquilo que muitos designam por um governo virtualmente socialista, mas na realidade de direita e com tiques de autoritarismo (pouco) virtuais. Mas isso, e apenas a opiniao de alguns que nao e partilhada por todos. Outros exemplos? O Portugal virtual em que seleccionador nacional de futebol apenas agrediu virtualmente um adversario, o Portugal virtual em que o evidente (in)sucesso escolar se esconde, qual manobra de magia, atras de uns numeros que os portugueses tanto gostam de apresentar ou o Portugal virtual dos milhares de trabalhadores que virtualmente nao sao contabilizados como desempregados.


E
por
isso
que


I Wouldn’t Like to Have a Second (Virtual) Life As The Real One Is Tough Enough!


PS. Pelos vistos, o fim das portagens virtuais vai ser realidade.

Wednesday, October 10, 2007

I'm a hero of the Automatics










I'm addicted to electric pulses,
I'm addicted to electric pulses,
How ? Let's see.
All decisions crowded out by voices,
All decisions crowded out by voices, not from me.

Oh, i'm incapable, i live by habit
Oh, i'm incapable, i live by habit
consiously

Life's accountable if i don't grab it
Oh, life's accountable if i don't grab it
cant you see

Aren't you sick of being automatic?
Don't you wanna have it your way, always ?
Aren't you sick of being automatic ?
Somethings wrong with me,
I'm gonna pull it out

I'm changing,
Turning corners,
This town ain't big enough for me
I'm forcing over problems
I'm stepping to the n'th degree

I'm writing diaries saying
"I can't stand it."
I'm writing diaries saying
"I can't stand it."
Openly

Coz I'm a hero of the old romantics
I'm a hero of the old romantics

Oh aren't you sick of being automatic?
Don't you wanna have it your way, always ?
Aren't you sick of being automatic ?
Somethings wrong with me,
I'm gonna pull it out

I'm changing,
Turning corners,
This town ain't big enough for me
I'm forcing over problems
I'm stepping to the n'th degree

Oh aren't you sick of being automatic

I'm setting more examples
Than anyone'd ever dream
I'm shaking, lighting candles
I'm drawing lines no-one can see
I'm sitting oh so upright
I'm taking every second in
I'm turning off my standby
I'm crying at the state i'm in
And now i'm floating upwards
I watching everyone to see
My body bending backwards
But no ones bending over me

Oh, bending over me.
Yeah, bending over me.
Oh, bending over me.
[Bending over me]

Oh, i tried my best
I'm giving in, a conscious thing
"It's over"
All these mistakes a learning process
I resent
It's over
Now


Let's Lightning - Pull Tiger Tail