Monday, October 22, 2007

Nós íamos sentados nos lugares 47 e 48, os últimos atrás de tudo, como nas visitas de estudo. Pela indumentária não poderiam ser franceses ou nórdicos. Eu apostava em italianos e tinha razão. Eles estavam sentados lado a lado, e ela voltava-se para trás para lhes poder falar. Pensei "ela veio passear com os amigos gays", combinava com a paisagem. Chegou um tipo de 2 metros com uma mulher que não consigo descrever, porque a única coisa que retive foi o género, que apontou para os números tímidos por cima da cabeça dos italianos e trovejou "Temos de ir juntos". Eu teria dito "estão no meu lugar", mas ele vomitou aquilo que lhe atravessou a cabeça, e o que lhe atravessou a cabeça era precisamente ter de ir ao lado da mulher para quem não cheguei a olhar. Após terem confirmado os números também tímidos do bilhete, o casal separou-se e à minha esquerda, do outro lado do corredor, ficou o italiano dos calções às riscas verticais azuis e brancas que eu achava que conhecia, mas não me lembro onde as terei visto, as riscas fininhas. O outro italiano passou para o lado dela e ela não se voltou mais para trás durante toda a viagem. Ele beijava-a uma e outra vez sob o olhar atento do das riscas. O espanhol, esse não beijou a mulher.



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