Thursday, August 2, 2007


Benchmarking
Sem Renegar o Passado




“Agressões, paus em riste e muitos nervos à flor da pele - foi este o clima vivido no último fim-de-semana no cais fluvial turístico de Peso da Régua entre vendedores ambulantes e turistas. Um grupo de dez pessoas começou a tratar mal os turistas que estavam a chegar de barco ao cais por nada lhes comprarem. Aguns indivíduos foram agredidos a pontapé e algumas pessoas fugiram. Como ‘último recurso’ chamou-se a GNR, obrigando o grupo a retirar. Ausência de apenas meia-hora, já que depois os agressores, vulgo vendedores, surgiram munidos de vários paus e a confusão voltou a instalar-se”

Afinal, nem todos andam desnorteados em Portugal. Senao, atente-se para informacao acima apresentada e tambem para a opiniao de um reputado especialista de marketing de seu nome Ben Shapiro. Segundo este professor da conceituada Harvard Business School há mais de 30 anos e autor/co-autor de 14 livros de negócios, um bom e competente vendedor deve ter tres caracteristicas:

1. O vendedor deve ter o ‘ego de vendedor’ que se traduz num senso de competitividade, uma vontade de vencer, de fechar uma venda.

De facto, estes vendedores do Douro demonstraram um vontade incomensuravel de vender os seus produtos dada a indignacao demontrada perante a ausencia de compras por parte dos turistas acabados de chegar ao cais. A competitividade e tal que recorrem mesmo a tecnicas avancadas de venda que se caraterizam por utilizar mensagens corporais, fisicas muito eficazes.

2. O vendedor deve ter uma capacidade de assimilar respostas negativas. Para se ser um bom vendedor e necessario ser durão para se recuperar de um não.

E preciso ser durao e reagir a um nao!! Pois, apos o primeiro sinal de derrota e nao satisfeitos com o desenrolar do processo de venda, os vendedores reiniciaram o processo negocial, mas com novos argumentos como se depreende do recurso aos paus.

3. O terceiro traço é a empatia, que permite entender outras pessoas, saber como elas reagirão ao que você disser. Isso ajuda a saber o que dizer em uma situação de venda.

Estes vendedores sabiam exactamente como os seus clientes iriam reagir e a empatia foi tal que o processo de venda se caracterizou por um conjunto de movimentos de accao e reaccao so caracteristicos em zonas remotas do pais, durante um qualquer arraial realizado numa noite quente de Agosto em que as trocas de olhares e as mensagens corprorais enviadas sao mais do que evidentes.

Como e que estes vendedores conseguem preencher estas carateristicas? Sera que e algo inato? Nao creio. Se fosse inato, entao estes metodos seriam facilmente observaveis por todo o pais. Porventura, estes vendedores frequentaram uma de muitas accoes de formacao que o pais garante aos seus cidadaos num esforco de qualificaccao para tornar o nosso Portugal ainda mais competitivo. Eu acredito nesta hipotese. Afinal, sao milhoes os recursos gastos neste processo de requalificacao dos recursos humanos e sao milhares os formadores que o pais tem. E pelos vistos estamos no bom caminho.
Tambem podemos concluir que, na ausencia de argumentos, podemos resolver tudo a paulada. O que nao e mais do que recuperar tradicoes (ex. Os Pauliteiros de Miranda). De facto, este e um dos caminhos para a nacao lusa se afirmar. Nao negar o passado e valorizar as nossas ancestrais tradicoes.

POR NOVAS OPORTUNIDADES!

POR UM PAIS MELHOR!

COM O QUE DE MELHOR TEM O PAIS!


PS. ‘...como ultimo recurso, chamou-se a GNR..’ Realmente, so se pode recorrer a intervencao deste corpo militar como ultimo recurso!

2 comments:

eli said...

Ora a isto é o que chamo sentir o verdadeiro peso da régua!
Teria sido inteligente da parte dos vendedores se, em lugar dos famosos rebuçados embrulhados em papel vegetal, grande parte das vezes difícil de descolar, tivessem disponibilizado nos pontos de venda uns belos e consistentes paus de marmeleiro. Essa não ocorreu ao Shapiro? “O vendedor deve oferecer os bens dos quais o cliente tem necessidade, devendo saber criar essa mesma necessidade.”

Ps- gostei muito do post

LamaNando said...

Sendo eu originário de uma cidade que dista apenas 10 km, da Régua, (notar que Peso da Régua é outra povoação, a menos de 1 km da primeira, sendo que está distante do referido cais!), tenho a referir o seguinte. :)

Desde há muitos anos é famosa a rivalidade entre os oriundos de Lamego e da Régua, sendo que de maneira nenhuma os lamecences resolvem as suas questões à força de braço ou à traulitada, pelo menos na generalidade das disputas!

Logo venho por este meio demarcar-me e demarcar os meus honrados conterraneos de tais actos de violência, até porque o vale do Douro, uma das mais extraordinárias paisagens do nosso Portugal, não merece ficar com a imagem de ninho de caceteiros.

De qualquer modo importa também esclarecer uma questão. As nossas gentes (e por nossas refiro-me às populações habitantes do vale do Douro) desde sempre mostraram uma vontade transcendental, uma força de viver tremenda que encontra o melhor exemplo possível nos famosos socalcos do Douro, construidos sobre o suor e a força de braços das minhas gentes. Claro que a tanta energia também corresponde Às vezes um tanto de sangue na guelra, que bem canalizado não deixa de ter o seu encanto. :)

Agora energúmenos há em todo o lado, e como conheço o assunto e a situação em causa, posso garantir que não representam a minha região, nem sequer os portugueses!

Não deixo de qualquer maneira de concordar que já é tempo de umas "valentes traulitadas" para pôr o nosso país nos eixos, mas de outro tipo, daquelas que só pessoas com vontade de conseguir o impossível e suplantar os maiores obstáculos podem dar, assim bem à moda duriense.