Friday, February 15, 2008

S. Valentim

Acordei antes do despertador tocar e levantei-me. Já pronta, de fato completo, livro e iPod, dirigi-me à estação. O carro esperaria pelo meu regresso no parque, sendo o espaço por ele ocupado avaliado em dois euros, mediante a apresentação do bilhete no alfa (sabiam disto? Quem ensina coisas úteis, hã?).
Dirigia-me a uma das maiores consultoras mundiais, daquelas onde se suam as estopinhas para merecer as regalias - e são boas, as regalias - na Praça Marquês de Pombal. Ligeiramente enjoada pela mousse de chocolate caseira extra-doce ingerida numa esplanada de esquina (ainda me considero fumadora, embora tivesse de os largar), subi ao oitavo e último andar, tendo permanecido o tempo necessário à leitura do destaque do Público numa sala de espera com vista privilegiada para o estadista. Fui recebida por uma miúda muito gira com quem tinha falado ao telemóvel no dia anterior (gira do tipo que nos faz pensar "se o meu ex-namorado me tivesse trocado por esta, eu até percebia") e algum tempo depois já me encontrava defronte da estação, com uma hora e meia de espera pela frente.
De entre três ou quatro cafés ou restaurantes, escolhi um onde me pareceu maior a probabilidade de encontrar uma bola de berlim. Tinha acabado de atravessar a ombreira da porta quando ouço "Por aqui? Deves andar perdida!". Com o abraço veio-me o nome à memória, trocámos as novidades do útimo ano e ele, por fim, diz-me: "Finalmente vais conhecer o meu amor!". O namorado saiu da cozinha, reconheci-o das fotografias e fui-lhe devidamente apresentada. "Percebes agora porque é que a experiência do outro lado do Atlântico não foi boa? Eu tinha deixado a minha vida aqui!".
Parti com a promessa de lá voltar.

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