Friday, January 11, 2008

Paixões Adolescentes


No panorama musical dos anos 90, tendo passado a ter idade traduzida numericamente a dois dígitos portadora de algumas (parcas) regalias, apaixonei-me perdidamente pelo indivíduo da fotografia, de seu nome Eddie Vedder. E foi numa revista Ragazza (shame on you!!!) ou talvez a Bravo (em alemão, para que o poder de concentração não seja desviado daquilo que verdadeiramente importa - as imagens), que senti o clic: o Eddie tinha não um, mas dois cigarros na boca (a causa provável do seu sobejamente conhecido problema de dicção) e estava sinalizado a vermelho na revista, como sendo um mau exemplo social. Ora, já não bastava eu tê-lo visto com dois cigarros na boca e ainda o catalogavam de bad boy?

Olhando para a minha adolescência em retrospectiva (como convém), sempre tive queda para bad boys. Não sei apontar o momento exacto em que comecei a cair nesse sentido, pois em abono da verdade e se a memória não me falha, nos primeiros anos de escola enquanto aprendia a juntar as letras, piscava o olho ao bonzinho do Bryan Adams, que tanto quanto sei só perdeu a cabeça no Verão de 69.

Ainda, e situando-me algures nos meus 12, 13, ou talvez 14 anos, recordo-me de me fazer acompanhar religiosamente dum cromo do Schwarz na carteira. Ele jogava no benfica e eu que não era benfiquista, torcia pelo clube. Este amor que me dividia em mais do que um sentido, teve a sua génese num puxar de calções durante um jogo de futebol: Schwarz, o sueco mais temperamental de que tenho registo, irritado com a jogada dum adversário, puxa-lhe os ditos num gesto ostensivo que me fulminou no local.

Desde então procuro "sombras" destes objectos que imagino sentados numa prateleira lá para cima algures no mundo de Platão, tendo apenas conseguido tropeçar em alguns tipos trombudos.

1 comment:

Anonymous said...

Bons gostos os teus, a "compota da avó do Eddie Vedder" e o SLB...
Muito bom mesmo !!! :þ